Inter entra na Libertadores duas semanas atrás dos concorrentes
Por causa do Mundial, Colorado iniciou a temporada em 20 de janeiro. Celso Roth admite defasagem
É lei: jogador de futebol, como todo trabalhador com carteira assinada, tem direito a 30 dias de férias. Como o Inter alongou sua temporada em 2010 por causa da disputa do Mundial, os atletas só entraram em férias no dia 21 de dezembro. O retorno aos treinamentos aconteceu em 20 de janeiro, duas semanas depois de os principais clubes brasileiros, incluindo os que disputam a Libertadores, terem recomeçado a trabalhar. É com pouco tempo de treino e defasagem na comparação com seus adversários que o Colorado estreia na competição continental nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), contra o Emelec, em Guaiaquil.
Como consequência da falta de tempo, o técnico do Inter, Celso Roth, não vê sua equipe no melhor nível de preparação para a estreia na Libertadores. E sabe que isso não poderá ser usado como explicação para um eventual insucesso contra o Emelec.
- O torcedor não quer saber disso. Jogamos contra o Juventude com 12 das de trabalho. Contra o Veranópolis, eram 15 dias de trabalho. E já fomos cobrados como se estivéssemos trabalhando há um bom tempo. É que diz o torcedor, com determinada razão, que o Internacional não pode perder para o Veranópolis. Tem que ir lá, ganhar, e ganhar bem. Essa é uma lógica que a gente respeita. Mas estamos começando uma libertadores defasados. Não é o ideal fazer três jogos competindo. O ideal é fazer cinco, seis jogos amistosos, depois mais cinco ou seis de competição para atingir o equilíbrio. Desde quando o calendário proporciona isso? Não proporciona mais, porque há outros interesses. Sabemos disso – disse o técnico.
Ciente de que reclamar não terá grande valia, Roth tenta fazer seu time se adaptar às dificuldades. E conta com a ajuda dos atletas.
- O jogador profissional sabe como é. Nas férias, ele já não deixa as coisas acontecerem como aconteciam há um tempo. Ele se cuida, ele se prepara. Infelizmente, essa é nossa realidade. Temos que nos adaptar. Estamos começando uma Libertadores certamente defasados em relação aos outros competidores, mas ninguém quer saber disso. O Internacional é simplesmente o atual campeão da América, defende o título, é o alvo a ser seguido. É assim que seremos cobrados. Já somos cobrados como se estivéssemos num nível altíssimo, e não é o caso.
O Jaguares, do México, e o Jorge Wilsterman, da Bolívia, completam o Grupo 6 da Libertadores, onde estão Inter e Emelec. O Colorado deve ir a campo no estádio George Capwell com Lauro, Nei, Índio, Sorondo e Kleber; Wilson Matias, Guiñazu, Tinga e D’Alessandro; Zé Roberto e Leandro Damião.
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