Complexo do Alemão deve receber UPP no primeiro semestre de 2011

Sérgio Cabral, ao lado do vice-governador Luiz Fernando Pezão, anunciou mudança no cronograma nas instalações das UPPs para beneficiar favelas do Complexo do Alemão | Foto: Divulgação
Segundo Cabral, também o governo vai instalar nesta terça-feira a UPP do morro dos Macacos, em Vila Isabel, zona norte da cidade. Na sequência as comunidades do Lins de Vasconcelos, também na zona norte, que incluem o Morro do Quieto e o Morro São João, devem ser pacificadas.
Sobre a possibilidade de a unidade chegar também às comunidades da Rocinha e do Vidigal, na zona sul, ele garantiu que o cronograma não será alterado, mas preferiu não antecipar a data prevista para a ocupação.
Ataques começaram no domingo ao meio-dia
A onda de ataques violentos no Rio e Grande Rio começou no domingo 21 de novembro, por volta do meio-dia, na Linha Vermelha, quando seis bandidos armados com cinco fuzis e uma granada fecharam a pista sentido Centro, altura de Vigário Geral. Os criminosos, em dois carros, levaram pertences de passageiros e queimaram dois veículos, após expulsarem os ocupantes. Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, as ações criminosas são uma reação contra a política de ocupação de territórios do tráfico, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a transferências de bandidos para presídios federais em outros estados.
Na manhã da segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à Avenida Brasil, em Irajá, também na Zona Norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos. No mesmo dia, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que haviam incendiado os três carros na mesma manhã. À noite, traficantes incendiaram dois carros na Rodovia Presidente Dutra, na altura da Pavuna. Foi o quinto ataque a motoristas em menos de 48 horas. Na Zona Norte, outra cabine da Polícia Militar foi metralhada.
No dia seguinte, as polícias Militar e Civil se uniram para reforçar o patrulhamento pelas ruas do Rio. O efetivo foi redobrado para controlar os ataques dos bandidos. A operação, que se chamou 'Fecha Quartel', suspendeu todas as folgas dos policiais militares do Rio de Janeiro. Mais de 20 favelas foram invadidas e armas e drogas foram apreendidas. Bandidos foram presos e alguns criminosos mortos em confronto com agentes.
Em mais um dia de veículos incendiados espalhados pela cidade, mais de 450 homens - entre polícias Militar e Civil e fuzileiros da Marinha, com o apoio de blindados de guerra da força naval, tomaram a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Emissoras de tv mostraram, ao vivo, centenas de bandidos armados fugindo para comunidades vizinhas. Cenas históricas que mostraram a atual situação do Rio de Janeiro. Na sexta-feira 26 de novembro, o Exército e a Polícia Federal entraram na batalha. No sábado, uma chance para traficantes locais. A Polícia Militar tentou a rendição dos cerca de 600 bandidos que estariam no Complexo do Alemão. Exatamente às 7h59 deste domingo, o comando da PM ordenou a invasão e poucos mais de 1 hora depois, o Estado comunicava que o conjunto de favelas estava tomado.
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