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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Londres 2012 Futebol Masculino

10/08/2012 20h25 - Atualizado em 10/08/2012 21h12

Por ouro inédito, Brasil terá de superar 'freguesia' para o México em decisões

Em cinco finais contra adversário deste sábado, Seleção perdeu quatro
e dividiu título pan-americano. Vítimas se recordam das fatídicas derrotas

Por Felippe Costa e Marcelo BaltarRio de Janeiro

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Com pinta de favorita, a seleção brasileira pisa no gramado de Wembley, neste sábado, às 11h (horário de Brasília), sonhando, enfim, conquistar a inédita medalha de ouro olímpica. Neymar e companhia, entretanto, terão de superar um péssimo retrospecto diante do México em decisões. Nas cinco vezes em que enfrentou o rival em finais, o time canarinho perdeu quatro. Na única vez que não saiu derrotada, a Seleção dividiu o título dos Jogos Pan-Americanos, no longínquo ano de 1975, após a partida ser encerrada por falta de energia elétrica, quando estava empatada por 1 a 1. O jogo, curiosamente, aconteceu na Cidade do México.

Desde então, mesmo apontado como favorito em diversas oportunidades, o Brasil acumula fracassos contra os mexicanos. Perdeu duas Copas Ouro (1996 e 2003), uma Copa das Confederações (1999) e um Mundial sub-17 (2005).

O México tem um futebol de muita qualidade"
Caio Ribeiro

Titular ao lado de Sávio do ataque brasileiro na derrota por 2 a 0 para o México, no Coliseum Stadium, em Los Angeles, na decisão da Copa Ouro de 1996, o comentarista da TV Globo, Caio Ribeiro, não enxerga um motivo especial para essa “freguesia”. No entanto, o ex-jogador de Flamengo e São Paulo destaca a evolução do futebol mexicano e elogia o trabalho de base feito no país.

- Uma razão não existe. O México tem um futebol de muita qualidade. É complicado pegar os números a frio, fora de contexto. Na última Copa América, eles já estavam preparando o time para as Olimpíadas. Perderam dois ou três jogos, nem passaram da primeira fase, mas foram amadurecendo e estão muito mais fortes hoje. Acho que o segredo do bom futebol do México está na base. Já foram campeões mundiais sub-17 (2005), revelaram recentemente jogadores como Giovani dos Santos e Chicharito (Hernandez). Quando se investe em qualidade, o resultado aparece. Se perdermos, não podemos procurar desculpas. O México está muito forte e, há algum tempo, o Brasil deixou de ter a melhor seleção do mundo.

CompetiçãoResultadoHistória do jogo
Pan-Americano (1975)

Cidade do México
México 1 x 1 BrasilBrasil e México disputaram a medalha de ouro dos jogos Pan Americanos. A partida foi interrompida aos 18 minutos do segundo tempo por falta de energia elétrica no Estádio Azteca. As duas equipes, que empatavam por 1 a1, dividiram o título. Cláudio Adão marcou o gol brasileiro. O zagueiro Edinho, ex-Fluminense, era o outro destaque da Seleção.
Copa Ouro
(1996)

Los Angeles
Brasil 0 x 2 MéxicoCom a base da seleção pré-olímpica que ficou com o bronze em Atlanta (1996), o Brasil voltou em janeiro ao Coliseum Stadium, em Los Angeles, palco do tetracampeonato mundial. Com Zagallo no comando, a equipe brasileira goleou Canadá e Honduras, além de bater os EUA nas semifinais. Na decisão, no entanto, diante de um temporal, o jovem time não resistiu e deu México: 2 a 0.
Copa das Confederações
(1999)

Cidade do México
México 4 x 3 BrasilApós a conquista da Copa América, Vanderlei Luxemburgo decidiu poupar alguns titulares, como Ronaldo, Rivaldo e Roberto Carlos. A aposta do treinador para a Copa das Confederações foi em jovens como Alex e Ronaldinho Gaúcho. O Brasil chegou à decisão com quatro vitórias. Algumas marcantes, como as goleadas por 4 a 0 sobre a Alemanha e 8 a 2 sobre a Arábia Saudita. Na final, porém, encontrou um México muito forte e com o apoio de um Estádio Azteca lotado.
Copa Ouro
(2003)

Cidade do México
México 1 x 0 BrasilMais uma vez convidado para a disputa da Copa Ouro, o Brasil levou a seleção pré-olímpica para o México. Comandados por Ricardo Gomes, craques que ainda despontavam para o futebol, como Kaká, Robinho, Diego e Nilmar, tinham ali suas primeiras oportunidades como titulares da Seleção. Derrotada pelo México na estreia, a equipe chegou à decisão passando por Honduras, Colômbia e Estados Unidos. Na final, no Estádio Azteca, os brasileiros perderam por 1 a 0 para os mexicanos, com gol de Daniel Osorno.
Mundial sub-17
(2005)

Lima, Peru
Brasil 0 x 3 MéxicoCom um time considerado muito talentoso, mas que poucos jogadores atingiram sucesso quando profissionais, o Brasil foi atropelado pelo México na decisão do Mundial sub-17, no Peru. Desfalque na decisão deste sábado, Giovani dos Santos era o principal jogador mexicano. Titular na decisão do ouro em Londres, o lateral Marcelo defendia o Brasil na ocasião.

Sobre a derrota em 1996, Caio se lembrou das dificuldades que a Seleção – então comandada por Zagallo – enfrentou em Los Angeles.

- Foi um jogo atípico. Entramos com a seleção pré-olímpica, que, apesar de ter muita qualidade, era bem mais jovem, já que eles estavam com o time principal. Nossa equipe era muito técnica e leve e, no dia da decisão, choveu quase que torrencialmente. A partida quase foi cancelada. Então não teve muito jogo, pois o gramado estava pesado e escorregadio. Foi um jogo mais físico, não querendo tirar o mérito do México, que também poderia ter nos vencido em situações normais. Chegamos à decisão com 100% de aproveitamento e jogando muito bem. Estávamos superanimados e ficamos chateados, pois não conseguimos jogar – recordou Caio.

Beto, Copa Ouro de 1996 (Foto: Getty Images)Ex-apoiador Beto perdeu duas finais para a
seleção mexicana (Foto: Getty Images)

Quem também estava naquele jogo foi o meia Beto, que fez sucesso no futebol carioca na década de 90. A recordação mais dolorosa do México para o ex-jogador, que atuou nos quatro grandes do Rio de Janeiro, no entanto, é a da final da Copa das Confederações de 1999. Na ocasião, a Seleção foi derrotada por 4 a 3, no Estádio Azteca, na Cidade do México. Beto foi a surpresa de Vanderlei Luxemburgo e começou a decisão como titular. Porém, com o Brasil atrás no placar, ele foi substituído pelo ex-atacante Roni, no intervalo.

- Lembro bem desse jogo. Eu até fui titular. Entrei jogando com o Luxemburgo, mas saí no intervalo. Eles saíram na frente, conseguimos empatar, mas eles venceram no fim. Foi um grande jogo, mas muito difícil. Aquele time do México era muito bom.

A partida, realmente, foi emocionante e repleta de alternativas. O México logo abriu 2 a 0 com gols de Zepeda e Abundis. Na segunda etapa, Luxemburgo colocou o time para frente e o Brasil empatou com Serginho e Roni. A igualdade durou pouco, e o México voltou a marcar dois gols (Zepeda e Blanco) em falhas da defesa brasileira e do goleiro Dida. No fim, Zé Roberto ainda descontou, mas os mexicanos venceram por 4 a 3 e conquistaram a Copa das Confederações.

- Aquele jogo foi complicado. Nosso time saiu atrás e nada estava dando certo. Quando nós conseguimos equilibrar e fazer um gol, tomamos outro contra-ataque. Nós pecamos na marcação. O Blanco fez e ficou difícil – disse Odvan, titular da zaga brasileira naquela final.

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